Alô, pessoal!
Posto agora nossa 2ª fan-fic de "A Feiticeira".
A quem ainda não conhece nossas histórias, por favor leia a postagem de aviso aqui.
Esperamos que vocês se divirtam!
Título do episódio: "Férias por Um Cavalo"
A história se passa: na 2ª metade da 4ª temporada, no início de 1968.
Escrito por: Thiago Moraes e Leonardo Silva.
Roteiro final: Thiago Moraes.
Escrito de: 15 a 22 de janeiro de 2010.
●๋•
Era início de uma tarde chuvosa na Morning Glory Circle. Após o almoço, James havia ido para a McMann & Tate, pois tinha muito trabalho para aquela tarde. Coincidentemente, assim que ele saiu, Tia Clara apareceu e lá estava na sala de estar com Samantha e Tábatha, contanto à sobrinha sobre uma viagem que acabara de fazer. Tábatha, com seus 2/3 anos, brincava no tapete com uma porção de brinquedos. A chuva caía forte lá fora.
- Fiz uma linda viagem, Samantha. E olha que quase não tive problemas com a minha bruxaria - Tia Clara contava orgulhosa.
- Mas porque QUASE, Tia Clara? - perguntou a sobrinha, animada com a conversa.
- Bom... É... Não diga a ninguém que te contei isso... mas... - Tia Clara tentava contá-la com aquele seu jeito atrapalhado - houve só um pequeno problema.
- E qual foi?
A tia então começou a revelar, com aquele seu típico jeito:
- Bom, assim que chegamos no Castelo onde dormiríamos... Bem... Uma amiga acabou derrubando uma daquelas armaduras seculares e eu fui tentar ajudar, e...
- ...e fez a armadura desaparecer? - tentou adivinhar Sam.
- Antes fosse isso. Quando lancei o feitiço para remontá-la todinha, ela apareceu perfeitinha na nossa frente, como antes.
Com isso, Samantha pareceu se animar:
- Ora Tia Clara, onde está o erro então? Deu tudo certo! – foi o que disse, com um sorriso no rosto.
- Sim, a armadura ficou perfeitinha. Mas... minha amiga acabou ficando presa lá dentro... Ohou, gente!...
- Oh, Tia Clara! - Samantha exclama sorrindo, divertindo-se um bocado com as trapalhadas da tia. - Pelo menos creio que a senhora deva ter conseguido tirá-la de lá, não é?
- Ouh, gente.... Uh, querida! Nem queira nem saber... - respondeu um pouco sem jeito, com seu habitual ar distraído.
Samantha deu mais uma de suas risadinhas e completou:
- Mas você tirou, não tirou? - e esperou a resposta, com expressão curiosa, afagando os cabelos da tia.
- Tirei... - respondeu a tia por fim. - Mas só consegui me lembrar do encantamento quando estávamos no fim da viagem... - terminou, baixando os olhos, um pouco envergonhada.
- Oh, Tia Clara, não fique assim, queridinha... Pelo menos foi só isso que deu errado, não foi? A sehora parece ter se divertido muito... Está até mais corada!
- Ah, sim, realmente! - respondeu Tia Clara, logo mudando de humor. - A viagem foi realmente maravilhosa!
De repente, o telefone toca. Samantha atende. Era James que havia acabado de chegar na agência:
- Alô querido! Algum problema?
- Sam, eu esqueci uma pasta muito importante dos Cosméticos Katrina e preciso dela agora, querida. Larry está numa reunião importante com um novo e milionário cliente, e não pode sair. E eu tenho uma reunião daqui a pouco, antes de começar a trabalhar nessa conta de cosméticos. Você não poderia trazer a pasta aqui no escritório para mim?
- Oh, James, querido, a chuva ainda cai forte. Além do mais, Tia Clara está aqui comigo e Tábatha.
- Oh, bem, Sam... O que é que eu faço agora? Os layouts que estão nessa pasta são muito importantes para a campanha! Eu realmente preciso deles - responde James, desanimado.
- Bem querido, eu poderia levá-los para você num instante... - diz Samantha, com um tom sapeca na voz.
- Não, não, nada disso, Sam! - responde James categórico, tendo certeza do que a esposa estava insinuando. - Não podemos resolver tudo com magia! Não é assim que as pessoas normais fazem, sem ofensas, meu bem.
- Uf, está bem, querido! - responde Sam, virando os olhos. - Se você prefere assim... terá que ficar sem seus documentos.
- Oh, Sam, não seja assim tão malvada! - responde James. - Se ao menos alguém pudesse trazê-los pra mim...
- Mas eu posso, querido. Já que você não quer que eu use feitiçaria, eu chamo um táxi e levo a pasta para você - Sam sugere - Só teria que terminar algumas tarefas aqui em casa e deixar Tia Clara ciente de todas as recomendações básicas para cuidar de Tábatha, enquanto eu estiver fora... - completou.
- Nada disso, benzinho... Você sai e deixa sua Tia Clara sozinha, e ainda por cima, cuidando de Tábatha? Não mesmo, Sam. Nada contra sua tia, mas você sabe que as coisas não andam lá muito bem para ela, não é? - James responde.
- Bem, bem, eu sei, James - diz Sam, desanimada. - Só que agora se acabaram todas as minhas idéias.... O que você vai fazer então? - ela completa.
James então tem uma idéia que poderia ser a resolução do problema. Mal imaginava ele que essa idéia acabaria criando ainda mais problemas...
- Bom, o jeito é eu pedir à Betty que vá até aí buscar a pasta. Ela tem carro, acredito que não se importará de ir até aí, apesar da chuva.
Sam então se anima:
- Ótimo, querido. Lembra-se em qual das gavetas da escrivanhia está a pasta?
- Se não me engano, na 2ª da direita, de cima para baixo. Está escrito "Cosméticos Katrina" na capa, será fácil para você identificar qual é.
- Está certo querido, pode mandar a Betty vir buscá-la, estarei esperando por ela então.
- Obrigado, querida. Nos vemos à noite!
- Tchauzinho!
●๋•
James desliga o telefone e sai de seu escritório, apressado para a reunião.
Vai até a mesa de Betty e, meio sem tempo, chama a atenção da secretária para si com um "Betty" bem sonoro.
- Oh, sim, Sr. Stephens, o que deseja? - ela responde ao se virar.
- Betty, não tenho muito tempo, estão esperando por mim para uma reunião muito importante, e esqueci uma pasta sobre os cosméticos Katrina em casa - ele diz, um pouco afobado - Bem, gostaria que você fosse buscá-la para mim, por favor, pois não tenho como mandar Sam trazê-la até aqui, já que o carro está comigo... - ele completa.
- Be-bem, Sr. Stephens... Mas eu estou cheia de trabalho... e o Sr. Tate não gosta que saiamos sem motivo sério do prédio - ela reluta.
- Ora, Betty, eu conheço muito bem Larry Tate, e além disso é assunto de trabalho. Por isso, não se preocupe: se for preciso, ganha até uma comissão por esse servicinho! - James brinca, com uma piscadela, todo camarada.
- Está certo, Sr. Stephens. - Betty concorda sorrindo. - Só vou terminar um texto à máquina e estou indo.
- NÃO! Betty... Isso é questão de vida ou morte! O texto você termina depois! - pede James, meio desesperado.
- Tudo bem, Sr. Stephens, acalme-se! Já estou indo - responde a secretária, abrindo rapidamente a gaveta, tirando as chaves do carro e se levantando apressada para sair.
- E, por favor Betty, vá voando! - recomenda James.
- Bem, Sr. Stephens, até poderia, se fosse uma bruxa... - ela responde brincando e sai apressada, deixando James com um sorrisinho nos lábios.
●๋•
Sam, que acaba de desligar o telefone, se dirige à Tia Clara, sentada no sofá:
- Tia Clara, fique de olho em Tábatha por um minutinho por favor? Preciso procurar uma pasta no estúdio que James esqueceu de levar.
- Claro querida, não tenha pressa.
Sam carinhosamente beija o rosto da tia e se dirige para o estúdio. Ao entrar lá, vai direto à escrivaninha do esposo e abre a gaveta indicada por ele. Pilhas de papéis e pastas e...
- Puxa! Mas não há nenhuma pasta nessa gaveta como a que James me descreveu... - Samantha fala surpresa.
Procura mais um pouco e, não encontrando:
- Bem, se não está aqui, deve estar nas outras.... Talvez na segunda à esquerda! James pode ter se confundido... - conclui, procurando agora nas outras gavetas.
Mais papéis e pastas de todas as cores e tamanhos são retiradas da gaveta e Samantha, cada vez mais impaciente, joga algumas folhas para cima e reclama consigo mesma:
- Quando James voltar, vou pedir a ele que seja mais organizado.
●๋•
Enquanto isso, na sala, Tia Clara contava uma história à Tábatha, sentada ao seu lado, já desatenta aos brinquedos. Assim, cerca de 10 minutos se transcorrem rapidamente, com a menina entretida e se divertindo com a narração da tia.
- ..., depois disso o urso saiu pelo bosque. Penso que tinha resolvido meditar um pouco, sabe, estava meio deprimido - a hilária tia opina.
- Oh, o urso era um beleza... - continua. - Com um pelo bonito, bem escuro, sabe, Tábatha? - Tia Clara pega a garotinha e a senta em seu colo.
Os olhinhos da menina brilhavam, e ela se divertia ora sorrindo, ora batendo palminhas.
- Então, o urso resolveu ir até a beira de um lago grande e bonito...
De repente a campainha toca, interrompendo a narrativa.
- Ouh... - Tia Clara exclama, meio surpresa. - Bem, Tábatha, mamãe está lá dentro, e há alguém chamando... Seja boazinha e fique aqui enquanto sua Tia Clara abre a porta, está certo?
Ela então deixa a menina sentada no sofá e se dirige à porta.
- Oh, alô! - é Betty quem diz, vestida com um sobretudo verde e com um guarda-chuva ainda aberto, da mesma cor - A senhora Stephens está em casa? O marido dela pediu que viesse buscar uma pasta que ele esqueceu...
- Oh, oh sim! - responde Tia Clara, ligeiramente aérea. - É... pode entrar, por favor! - ela abre espaço para Betty, que entra na casa. - Samantha deve aparecer em um minutinho. Está justamente procurando essa pasta - a boa velhinha completa.
- Muito obrigada - diz Betty sorrindo, entrando e fechando seu guarda-chuva para colocá-lo ao lado da porta. - Não posso me demorar muito, o Sr. Stephens pediu-me até para vir voando - ela continua, contando sobre a brincadeira do chefe.
Tia Clara olha para ela, um pouco desanimada:
- Pena que na minha idade isso não é mais possível... é... com muita freqüência, quero dizer... - ela falava com aquele seu jeito costumeiro e engraçado.
A secretária a olha com ares de um misto de riso, surpresa e de não estar entendo muito bem onde queria chegar.
- Oh, bem.... você sabe como é - continua, massageando os dedos das mãos - Quando se fica velha, a gente não faz mais as coisas como fazia antes, não mesmo...
Betty ouvia os comentários de Tia Clara com um olho nela e outro à procura de Samantha.
- Mas, venha, querida! Sente-se aqui conosco - convida a tia, mostrando o sofá da sala, onde Tábatha estava brincando. - Samantha deve vir em alguns segundos...
- Bem... O jeito é esperar, e torcer pra que a Sra. Stephens não se demore... - Betty diz, caminhando até o sofá e sentando-se ao lado de Tia Clara.
Como estava se sentindo demasiado à vontade com a boa velhinha, a secretária começa a dizer, meio tímida:
- Sabe, não gosto de dizer essas coisas, e peço que a senhora não conte nada à Sra. Stephens.... Mas o Sr. Stephens normalmente costuma ficar muito aborrecido quando algo que ele quer sai errado.... e acaba descontando em mim! - confidencia, em baixa voz.
- Oh, eu sei, meu bem... Não se preocupe que não contarei nada a Samantha... Mas, realmente... Os mortais costumam se aborrecer com coisas insignificantes. É um de seus piores defeitos, na minha opinião... - responde Tia Clara, virando-se pra pegar Tábatha.
Betty olha para ela atenta, com cara de interrogação, ao que Tia Clara responde:
- Mesmo James sendo um mortal digamos que especial, ele tem mesmo seus defeitos, claro, isso é normal, querida. Até os bruxos têm defeitos, sabe - completou com uma expressão mais séria.
A moça, que não estava entendendo nada, respondeu com um risinho forçado.
De repente, Tábatha, que havia pego um livro de histórias que estava entre os brinquedos, o deposita no colo de Tia Clara. Betty diz, rapidamente:
- Será que a Sra. Stephens se importaria se eu a ajudasse a procurar a pasta? Assim a encontraríamos mais rápido - e se levanta.
- Claro, querida, ela está no estúdio, a 1ª porta à esquerda, perto da escada - responde a tia, indicando-lhe.
Ela então se dirige ao estúdio, deixando Tia Clara e Tábatha ali na sala, rodeadas de brinquedos.
●๋•
- Sra. Stephens, é Betty! Posso entrar?
- Oh, sim, Betty!... A porta está aberta. - respode Sam às voltas com dezenas de papéis e pastas, imersa numa verdadeira bagunça.
- Bem... - diz para si mesma - Não podemos deixar que Betty tenha uma má impressão como esta...
E com um abrir e fechar de braços, o escritório de James aparece organizado. Quando Sam se volta para a porta, Betty entra sorrindo:
- Alô, Sra. Stephens, como vai? Vim pegar a pasta do Sr. Stephens e achei melhor ajudá-la, se não se importar.
- Olá, Betty! - responde-lhe com um sorriso - Já encontrei a pasta que James precisa.
Sam preferia procurar a pasta como os mortais o fariam, mas como já estava há vários minutos atrás dela e não havia encontrado - e como sabia que James tinha pressa -, com um discreto movimento do nariz ela faz a pasta procurada aparecer na 1ª gaveta da escrivanhia.
- Aqui está Betty, deu trabalho, mas a encontrei - disse sorrindo, abrindo a gaveta e retirando dela uma pasta onde se lia "Cosméticos Katrina".
- Alegro-me por isso Sra. Stephens. Bom, eu não posso me demorar, seu marido está com muita pressa. Devo ir voando para o escritório, debaixo dessa chuva - brinca ela.
Samantha solta um risinho maroto.
- Mas não quer tomar um chá comigo e Tia Clara? Preparo um rapidinho para nós todas, Betty - diz, animada.
Mas ela não se deixa persuadir:
- Oh não, Sra. Stephens, agradeço muito o convite, mas realmente estou com muita pressa.
- Bem, se você prefere assim... - responde Samantha. - Por aqui... - completa, abrindo a porta para Betty.
●๋•
Enquanto isso, na sala...
- Oh, sim, Tábatha! Eu sei o quanto você gosta de ursinhos e cavalinhos.... São realmente criaturas adoráveis! - diz Tia Clara à menina.
- Os cavalinhos são ótimos com piadas... Já os ursos são mais mau humorados... - continua, com uma expressão de quem está tentando se lembrar de algo.
Tábatha se agita e põe a língua para fora.
- Oh, você não acredita em mim, Tábatha? - a boa velhinha nota a reação da sobrinha-neta. - Você quer que a Tia Clara traga um cavalinho aqui para conversar com você, quer?
- Cavalinho! Cavalinhooo! Êêêê! - Tábatha pede, toda animada, batendo palmas.
- Bem... Acho que trazer um cavalinho por um instante não vai fazer mal, não é? - ela se estica um pouco para ver se Samantha já vem vindo. - Mas só um pouquinho, hein Tábatha? - diz, com um sorriso camarada.
E, preparando-se:
- Bem, vamos lá... Clara, Clara, não vá errar dessa vez...
E estendendo os braços para frente, murmura:
- Cavalos e éguas, com seus rabos e crinas, nos hipódromos de todo o mundo, quero que apareça um cavalo aqui já, neste segundo!
Uma nuvem de fumaça surge na sala. Depois dela, a surpresa: um cavalo enorme, preto, muito bem cuidado, está deitado no carpete dos Stephens, ao lado a Tábatha, que está no sofá. A menina vibra com aquilo, e passa-lhe carinhosamente a mão na cabeça, enquanto o animal relincha.
- Bem, não é que deu certo? - anima-se Tia Clara, com um grande sorriso estampado na face. - Mas, Tábatha, são só alguns minutinhos querida, mamãe não pode ver isso, está bem?
Segundos depois Betty e Sam aparecem no corredor ao lado à escada, vindas do escritório:
- Bem, Betty, muito obrigada por ter vindo buscar a pasta. Não pude sair e deixar Tábatha sozinha... Tia Clara é muito boazinha, mas James não gosta que ela fique sozinha com nossa filha... Ela já está um pouco velhinha e, bem, você sabe como é... - diz Samantha enquanto vem andando com a secretária até a porta da frente.
Assim que as duas mulheres chegam até a porta, com Betty quase se despedindo:
- Mamãe! Mamãe! - Tábatha chama, toda contente.
- Oh, não, Tábatha... - Tia Clara diz, toda atrapalhada. - Sua mãe não pode ver esse cavalo... Ouh.... - e passa as mãos pelo rosto, tentando se lembrar do contra-feitiço.
Para que as duas não vissem o que havia feito, Tia Clara tenta se posicionar na frente do cavalo. Sam volta os olhos para a tia e para a filha e, sorrindo, pergunta:
- Ei Tábatha, não vai dizer tchauzinho à Betty?
Tábatha sorri e, quando vai falar, o cavalo relincha fazendo Tia Clara pular, assustada.
- Êêê.... Cavalinho! - a menina comemora, toda risonha, enquanto Samantha arregala os olhos, assustada e incrédula, olhando do cavalo para Tia Clara e da tia para o cavalo.
Betty se assuata muito com aquilo, arregalando os olhos e dando alguns passos à frente:
- Mas.... Um cavalo? O que faz um cavalo aqui dentro da sua casa, Sra. Stephens?
Samantha magicamente mexe o nariz, parando o tempo nesse instante. Betty agora está paralisada com aquela expressão de assombro.
- Ora, Tia Clara! Veja em que confusão a senhora me meteu... - Samantha ralha com a tia, aproximando-se do lugar onde ela e a filha estavam.
- Oh... Ouh, gente! Desculpe, querida... só queria... Tábatha queria... - Tia Clara deixa-se cair desanimada na poltrona próxima à lareira - Bem, eu não me lembro muito bem do feitiço, sabe... - completa, desconcertada.
Sam faz uma expressão de desânimo, mas logo acha uma solução:
- Bem, temos que dar um jeito nisso... - diz, movendo as mãos e mandando o cavalo para o quintal. - E para que ele fique quietinho, enquanto me despeço de Betty... - ela novamente mexe o nariz e faz aparecer uma pequena varanda sob a chuva, com uma cochia cheia de feno, que o cavalo logo começa a comer.
- Muito bem, Tia Clara e Tábatha, temos que ser bem discretas agora. - Sam avisa às outras duas e, colocando-se próxima a Betty, desfaz o congelamento do tempo.
- Mas como conseguiu colocá-lo aqui, Sra... - continua a secretária. E, olhando para onde o animal estava, não o vê mais lá.
Ela arregala ainda mais os olhos, coçando o cabelo:
- Onde está o cavalo que vi há poucos segundos? - pergunta, na verdade mais para si mesma.
- Cavalo? - indaga Tia Clara, com ares de surpresa
- Sim, um cavalo preto, bem grande... Mas... - e aponta para o carpete - Juro que ele estava deitado aí!
Samantha, a fim de terminar logo com aquela situação desagradável, diz à ela:
- Ora Betty, o que um cavalo estaria fazendo na minha sala? - e abre um sorriso.
- Be-em... Eu, eu não sei! Sinceramente, eu não sei... Mas eu sei que eu vi um cavalo.... - respondeu a confusa secretária.
- Olhe, querida, você deve estar cansada! Acho melhor pedir a James que lhe arranje uns dias de folga. Oh, não, você não pode trabalhar tanto... Deve estar realmente cansada! - atalha Samantha, com toda a cordialidade.
- Sim, Sra. Stephens, acho que a senhora tem razão... Sabe, já faz um bom tempo que não tiro férias.... Nunca pensei que precisaria delas tão já... - completou, meio atordoada.
- Muito, bem, Betty. Volte tranqüila para o escritório. Falarei com James assim que possível. Tenho certeza de que ele e Larry não irão se importar! - e abrindo a porta para ela passar, despede-se - Adeuzinho!
Betty então, sempre olhando para trás e para Tia Clara com sua expressão de boa velhinha, diz apenas um "Até!" e sai, ainda confusa.
Sam fecha a porta e exclama:
O céus, finalmente! - e se dirige à tia - Tia Clara, a senhora precisa agora sem lembrar do feitiço e fazer aquele animal desaparecer do meu quintal!
E ela, com seu jeito atrapalhado:
- Mas ele fica tão bem lá fora, eu acho que até combina com o quintal... Sabe...
Samantha olha para a tia como quem pede uma ajuda:
- Tia Clara, querida, vamos nos lembrar, sim? - e abre um sorrisinho.
- Oh, Samantha.... Oh, querida! Se eu pudesse me lembrar de alguma palavra... - a tia se lamenta.
- Vamos, Tia Clara! Não deve ser tão difícil assim... O que a senhora disse quando trouxe aquele cavalo até aqui? O que a senhora estava fazendo? - pergunta Samantha.
- Ouh, Ouh... Bem, eu estava aqui, contando uma história para Tábatha, e estávamos falando de ursos e cavalos e...
- Oh! Espere, Tia Clara! - Sam interrompe a velhinha. - Talvez Tábatha possa ajudar com alguma palavra. Ela já o fez de outras vezes, não é? - e olha com esperança para a tia e a filha.
- Oh, sim! Realmente.... Ouh, Samantha! Que idéia maravilhosa... - comemora.
Samantha senta-se perto de Tábatha, coloca a filha sentadinha sobre os joelhos e pergunta, olhando bem para ela:
- Vamos lá, Tábatha: você se lembra de alguma palavra que Tia Clara usou para trazer o cavalinho para você?
A garotinha, muito esperta, sorri e confirma:
- Sim, mamãe!
As duas mulheres exclamam, alegres:
- Oh, que maravilha!
Samantha incentiva:
- Vamos, Tábatha! De que palavras você se lembra?
- Eu acho que falava sobre rabos, crinas e hipopótamos, mamãe - disse a menina.
- Hipopótamos?! - estranha Samantha.
De repente, Tia Clara dá um pulo:
- Hipódromos, Tábatha! É isso, me lembrei! - exclama toda feliz.
O cavalo continuava lá fora sob a pequena varanda, comendo feno, e era possível vê-lo perfeitamente por trás da vidraça. Tia Clara então estende os braços em sua sua direção, e diz:
- Cavalos e éguas, com seus rabos e crinas, nos hipódromos de todo o mundo, faça esse cavalo desaparecer daqui já, exatamente neste segundo!
E com uma nuvem de fumaça o animal finalmente se vai para alegria geral, exceto de Tábatha. Sam, muito satisfeita, diz à menina:
- Sei que você gostava dele querida, mas quando você crescer mais, quem sabe não compramos um pônei, não é mesmo?
Por sorte, Tábatha não ficou triste e logo esqueceu daquilo. Animadas, as três se dirigiram para a cozinha.
●๋•
No escritório...
Betty chega e entrega a pasta à James, que lhe agradece. Antes de ele começar a trabalhar na campanha dos Cosméticos Katrina, ela lhe pede uns 2 dias de folga, sem lhe dizer mais nada. James lhe concede sem problemas, e pouco antes da secretária sair, ele lhe diz:
- Ah, Betty, tenho uma novidade. A reunião de Larry terminou enquanto você esteve fora, e foi um sucesso! Nossa agência conseguiu uma conta importante: a dos produtos Terryck.
- Produtos Terryck, Sr. Stephens? - ela indaga, já que não conhecia a marca mesmo sendo bem famosa no país.
- Sim Betty, aqueles famosos produtos para CAVALOS.
Betty faz uma expressão muito estranha. Engolindo em seco, diz:
- Acho que não preciso de uma pequena folga, mas sim de umas boas férias!
E pega então sua bolsa, se despede rapidamente e sai, deixando James sem entender nada.
- Mas, o que houve com ela? Foi só eu falar em cavalos, e ela saiu quase trotando! - e balança a cabeça com um pequeno sorriso, dizendo para si mesmo - Betty... Você me apronta cada uma...
●๋• FIM ●๋•
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