terça-feira, 22 de junho de 2010

Fan-Fic 02 - "Férias por Um Cavalo"



Alô, pessoal!

Posto agora nossa 2ª fan-fic de "A Feiticeira".

A quem ainda não conhece nossas histórias, por favor leia a postagem de aviso aqui.

Esperamos que vocês se divirtam!



Título do episódio: "Férias por Um Cavalo"

A história se passa: na 2ª metade da 4ª temporada, no início de 1968.

Escrito por: Thiago Moraes e Leonardo Silva.

Roteiro final: Thiago Moraes.

Escrito de: 15 a 22 de janeiro de 2010.




                                                   ●๋•



Era início de uma tarde chuvosa na Morning Glory Circle. Após o almoço, James havia ido para a McMann & Tate, pois tinha muito trabalho para aquela tarde. Coincidentemente, assim que ele saiu, Tia Clara apareceu e lá estava na sala de estar com Samantha e Tábatha, contanto à sobrinha sobre uma viagem que acabara de fazer. Tábatha, com seus 2/3 anos, brincava no tapete com uma porção de brinquedos. A chuva caía forte lá fora.


- Fiz uma linda viagem, Samantha. E olha que quase não tive problemas com a minha bruxaria - Tia Clara contava orgulhosa.

- Mas porque QUASE, Tia Clara? - perguntou a sobrinha, animada com a conversa.

- Bom... É... Não diga a ninguém que te contei isso... mas... - Tia Clara tentava contá-la com aquele seu jeito atrapalhado - houve só um pequeno problema.

- E qual foi?

A tia então começou a revelar, com aquele seu típico jeito:

- Bom, assim que chegamos no Castelo onde dormiríamos... Bem... Uma amiga acabou derrubando uma daquelas armaduras seculares e eu fui tentar ajudar, e...

- ...e fez a armadura desaparecer? - tentou adivinhar Sam.

- Antes fosse isso. Quando lancei o feitiço para remontá-la todinha, ela apareceu perfeitinha na nossa frente, como antes.

Com isso, Samantha pareceu se animar:

- Ora Tia Clara, onde está o erro então? Deu tudo certo! – foi o que disse, com um sorriso no rosto.

- Sim, a armadura ficou perfeitinha. Mas... minha amiga acabou ficando presa lá dentro... Ohou, gente!...

- Oh, Tia Clara! - Samantha exclama sorrindo, divertindo-se um bocado com as trapalhadas da tia. - Pelo menos creio que a senhora deva ter conseguido tirá-la de lá, não é?

- Ouh, gente.... Uh, querida! Nem queira nem saber... - respondeu um pouco sem jeito, com seu habitual ar distraído.

Samantha deu mais uma de suas risadinhas e completou:

- Mas você tirou, não tirou? - e esperou a resposta, com expressão curiosa, afagando os cabelos da tia.

- Tirei... - respondeu a tia por fim. - Mas só consegui me lembrar do encantamento quando estávamos no fim da viagem... - terminou, baixando os olhos, um pouco envergonhada.

- Oh, Tia Clara, não fique assim, queridinha... Pelo menos foi só isso que deu errado, não foi? A sehora parece ter se divertido muito... Está até mais corada!

- Ah, sim, realmente! - respondeu Tia Clara, logo mudando de humor. - A viagem foi realmente maravilhosa!

De repente, o telefone toca. Samantha atende. Era James que havia acabado de chegar na agência:

- Alô querido! Algum problema?

- Sam, eu esqueci uma pasta muito importante dos Cosméticos Katrina e preciso dela agora, querida. Larry está numa reunião importante com um novo e milionário cliente, e não pode sair. E eu tenho uma reunião daqui a pouco, antes de começar a trabalhar nessa conta de cosméticos. Você não poderia trazer a pasta aqui no escritório para mim?

- Oh, James, querido, a chuva ainda cai forte. Além do mais, Tia Clara está aqui comigo e Tábatha.

- Oh, bem, Sam... O que é que eu faço agora? Os layouts que estão nessa pasta são muito importantes para a campanha! Eu realmente preciso deles - responde James, desanimado.

- Bem querido, eu poderia levá-los para você num instante... - diz Samantha, com um tom sapeca na voz.

- Não, não, nada disso, Sam! - responde James categórico, tendo certeza do que a esposa estava insinuando. - Não podemos resolver tudo com magia! Não é assim que as pessoas normais fazem, sem ofensas, meu bem.

- Uf, está bem, querido! - responde Sam, virando os olhos. - Se você prefere assim... terá que ficar sem seus documentos.

- Oh, Sam, não seja assim tão malvada! - responde James. - Se ao menos alguém pudesse trazê-los pra mim...

- Mas eu posso, querido. Já que você não quer que eu use feitiçaria, eu chamo um táxi e levo a pasta para você - Sam sugere - Só teria que terminar algumas tarefas aqui em casa e deixar Tia Clara ciente de todas as recomendações básicas para cuidar de Tábatha, enquanto eu estiver fora... - completou.

- Nada disso, benzinho... Você sai e deixa sua Tia Clara sozinha, e ainda por cima, cuidando de Tábatha? Não mesmo, Sam. Nada contra sua tia, mas você sabe que as coisas não andam lá muito bem para ela, não é? - James responde.

- Bem, bem, eu sei, James - diz Sam, desanimada. - Só que agora se acabaram todas as minhas idéias.... O que você vai fazer então? - ela completa.

James então tem uma idéia que poderia ser a resolução do problema. Mal imaginava ele que essa idéia acabaria criando ainda mais problemas...

- Bom, o jeito é eu pedir à Betty que vá até aí buscar a pasta. Ela tem carro, acredito que não se importará de ir até aí, apesar da chuva.

Sam então se anima:

- Ótimo, querido. Lembra-se em qual das gavetas da escrivanhia está a pasta?

- Se não me engano, na 2ª da direita, de cima para baixo. Está escrito "Cosméticos Katrina" na capa, será fácil para você identificar qual é.

- Está certo querido, pode mandar a Betty vir buscá-la, estarei esperando por ela então.

- Obrigado, querida. Nos vemos à noite!

- Tchauzinho!


                                                   ●๋•



James desliga o telefone e sai de seu escritório, apressado para a reunião.

Vai até a mesa de Betty e, meio sem tempo, chama a atenção da secretária para si com um "Betty" bem sonoro.

- Oh, sim, Sr. Stephens, o que deseja? - ela responde ao se virar.

- Betty, não tenho muito tempo, estão esperando por mim para uma reunião muito importante, e esqueci uma pasta sobre os cosméticos Katrina em casa - ele diz, um pouco afobado - Bem, gostaria que você fosse buscá-la para mim, por favor, pois não tenho como mandar Sam trazê-la até aqui, já que o carro está comigo... - ele completa.

- Be-bem, Sr. Stephens... Mas eu estou cheia de trabalho... e o Sr. Tate não gosta que saiamos sem motivo sério do prédio - ela reluta.

- Ora, Betty, eu conheço muito bem Larry Tate, e além disso é assunto de trabalho. Por isso, não se preocupe: se for preciso, ganha até uma comissão por esse servicinho! - James brinca, com uma piscadela, todo camarada.

- Está certo, Sr. Stephens. - Betty concorda sorrindo. - Só vou terminar um texto à máquina e estou indo.

- NÃO! Betty... Isso é questão de vida ou morte! O texto você termina depois! - pede James, meio desesperado.

- Tudo bem, Sr. Stephens, acalme-se! Já estou indo - responde a secretária, abrindo rapidamente a gaveta, tirando as chaves do carro e se levantando apressada para sair.

- E, por favor Betty, vá voando! - recomenda James.

- Bem, Sr. Stephens, até poderia, se fosse uma bruxa... - ela responde brincando e sai apressada, deixando James com um sorrisinho nos lábios.



                                                    ●๋•



Sam, que acaba de desligar o telefone, se dirige à Tia Clara, sentada no sofá:

- Tia Clara, fique de olho em Tábatha por um minutinho por favor? Preciso procurar uma pasta no estúdio que James esqueceu de levar.

- Claro querida, não tenha pressa.

Sam carinhosamente beija o rosto da tia e se dirige para o estúdio. Ao entrar lá, vai direto à escrivaninha do esposo e abre a gaveta indicada por ele. Pilhas de papéis e pastas e...

- Puxa! Mas não há nenhuma pasta nessa gaveta como a que James me descreveu... - Samantha fala surpresa.

Procura mais um pouco e, não encontrando:

- Bem, se não está aqui, deve estar nas outras.... Talvez na segunda à esquerda! James pode ter se confundido... - conclui, procurando agora nas outras gavetas.

Mais papéis e pastas de todas as cores e tamanhos são retiradas da gaveta e Samantha, cada vez mais impaciente, joga algumas folhas para cima e reclama consigo mesma:

- Quando James voltar, vou pedir a ele que seja mais organizado.



                                                ●๋•



Enquanto isso, na sala, Tia Clara contava uma história à Tábatha, sentada ao seu lado, já desatenta aos brinquedos. Assim, cerca de 10 minutos se transcorrem rapidamente, com a menina entretida e se divertindo com a narração da tia.

- ..., depois disso o urso saiu pelo bosque. Penso que tinha resolvido meditar um pouco, sabe, estava meio deprimido - a hilária tia opina.

- Oh, o urso era um beleza... - continua. - Com um pelo bonito, bem escuro, sabe, Tábatha? - Tia Clara pega a garotinha e a senta em seu colo.

Os olhinhos da menina brilhavam, e ela se divertia ora sorrindo, ora batendo palminhas.

- Então, o urso resolveu ir até a beira de um lago grande e bonito...

De repente a campainha toca, interrompendo a narrativa.

- Ouh... - Tia Clara exclama, meio surpresa. - Bem, Tábatha, mamãe está lá dentro, e há alguém chamando... Seja boazinha e fique aqui enquanto sua Tia Clara abre a porta, está certo?

Ela então deixa a menina sentada no sofá e se dirige à porta.

- Oh, alô! - é Betty quem diz, vestida com um sobretudo verde e com um guarda-chuva ainda aberto, da mesma cor - A senhora Stephens está em casa? O marido dela pediu que viesse buscar uma pasta que ele esqueceu...

- Oh, oh sim! - responde Tia Clara, ligeiramente aérea. - É... pode entrar, por favor! - ela abre espaço para Betty, que entra na casa. - Samantha deve aparecer em um minutinho. Está justamente procurando essa pasta - a boa velhinha completa.

- Muito obrigada - diz Betty sorrindo, entrando e fechando seu guarda-chuva para colocá-lo ao lado da porta. - Não posso me demorar muito, o Sr. Stephens pediu-me até para vir voando - ela continua, contando sobre a brincadeira do chefe.

Tia Clara olha para ela, um pouco desanimada:

- Pena que na minha idade isso não é mais possível... é... com muita freqüência, quero dizer... - ela falava com aquele seu jeito costumeiro e engraçado.

A secretária a olha com ares de um misto de riso, surpresa e de não estar entendo muito bem onde queria chegar.

- Oh, bem.... você sabe como é - continua, massageando os dedos das mãos - Quando se fica velha, a gente não faz mais as coisas como fazia antes, não mesmo...

Betty ouvia os comentários de Tia Clara com um olho nela e outro à procura de Samantha.

- Mas, venha, querida! Sente-se aqui conosco - convida a tia, mostrando o sofá da sala, onde Tábatha estava brincando. - Samantha deve vir em alguns segundos...

- Bem... O jeito é esperar, e torcer pra que a Sra. Stephens não se demore... - Betty diz, caminhando até o sofá e sentando-se ao lado de Tia Clara.

Como estava se sentindo demasiado à vontade com a boa velhinha, a secretária começa a dizer, meio tímida:

- Sabe, não gosto de dizer essas coisas, e peço que a senhora não conte nada à Sra. Stephens.... Mas o Sr. Stephens normalmente costuma ficar muito aborrecido quando algo que ele quer sai errado.... e acaba descontando em mim! - confidencia, em baixa voz.

- Oh, eu sei, meu bem... Não se preocupe que não contarei nada a Samantha... Mas, realmente... Os mortais costumam se aborrecer com coisas insignificantes. É um de seus piores defeitos, na minha opinião... - responde Tia Clara, virando-se pra pegar Tábatha.

Betty olha para ela atenta, com cara de interrogação, ao que Tia Clara responde:

- Mesmo James sendo um mortal digamos que especial, ele tem mesmo seus defeitos, claro, isso é normal, querida. Até os bruxos têm defeitos, sabe - completou com uma expressão mais séria.

A moça, que não estava entendendo nada, respondeu com um risinho forçado.

De repente, Tábatha, que havia pego um livro de histórias que estava entre os brinquedos, o deposita no colo de Tia Clara. Betty diz, rapidamente:

- Será que a Sra. Stephens se importaria se eu a ajudasse a procurar a pasta? Assim a encontraríamos mais rápido - e se levanta.

- Claro, querida, ela está no estúdio, a 1ª porta à esquerda, perto da escada - responde a tia, indicando-lhe.

Ela então se dirige ao estúdio, deixando Tia Clara e Tábatha ali na sala, rodeadas de brinquedos.



                                               ●๋•



- Sra. Stephens, é Betty! Posso entrar?

- Oh, sim, Betty!... A porta está aberta. - respode Sam às voltas com dezenas de papéis e pastas, imersa numa verdadeira bagunça.

- Bem... - diz para si mesma - Não podemos deixar que Betty tenha uma má impressão como esta...

E com um abrir e fechar de braços, o escritório de James aparece organizado. Quando Sam se volta para a porta, Betty entra sorrindo:

- Alô, Sra. Stephens, como vai? Vim pegar a pasta do Sr. Stephens e achei melhor ajudá-la, se não se importar.

- Olá, Betty! - responde-lhe com um sorriso - Já encontrei a pasta que James precisa.

Sam preferia procurar a pasta como os mortais o fariam, mas como já estava há vários minutos atrás dela e não havia encontrado - e como sabia que James tinha pressa -, com um discreto movimento do nariz ela faz a pasta procurada aparecer na 1ª gaveta da escrivanhia.

- Aqui está Betty, deu trabalho, mas a encontrei - disse sorrindo, abrindo a gaveta e retirando dela uma pasta onde se lia "Cosméticos Katrina".

- Alegro-me por isso Sra. Stephens. Bom, eu não posso me demorar, seu marido está com muita pressa. Devo ir voando para o escritório, debaixo dessa chuva - brinca ela.

Samantha solta um risinho maroto.

- Mas não quer tomar um chá comigo e Tia Clara? Preparo um rapidinho para nós todas, Betty - diz, animada.

Mas ela não se deixa persuadir:

- Oh não, Sra. Stephens, agradeço muito o convite, mas realmente estou com muita pressa.

- Bem, se você prefere assim... - responde Samantha. - Por aqui... - completa, abrindo a porta para Betty.



                                               ●๋•

Enquanto isso, na sala...

- Oh, sim, Tábatha! Eu sei o quanto você gosta de ursinhos e cavalinhos.... São realmente criaturas adoráveis! - diz Tia Clara à menina.

- Os cavalinhos são ótimos com piadas... Já os ursos são mais mau humorados... - continua, com uma expressão de quem está tentando se lembrar de algo.

Tábatha se agita e põe a língua para fora.

- Oh, você não acredita em mim, Tábatha? - a boa velhinha nota a reação da sobrinha-neta. - Você quer que a Tia Clara traga um cavalinho aqui para conversar com você, quer?

- Cavalinho! Cavalinhooo! Êêêê! - Tábatha pede, toda animada, batendo palmas.

- Bem... Acho que trazer um cavalinho por um instante não vai fazer mal, não é? - ela se estica um pouco para ver se Samantha já vem vindo. - Mas só um pouquinho, hein Tábatha? - diz, com um sorriso camarada.

E, preparando-se:

- Bem, vamos lá... Clara, Clara, não vá errar dessa vez...

E estendendo os braços para frente, murmura:

- Cavalos e éguas, com seus rabos e crinas, nos hipódromos de todo o mundo, quero que apareça um cavalo aqui já, neste segundo!

Uma nuvem de fumaça surge na sala. Depois dela, a surpresa: um cavalo enorme, preto, muito bem cuidado, está deitado no carpete dos Stephens, ao lado a Tábatha, que está no sofá. A menina vibra com aquilo, e passa-lhe carinhosamente a mão na cabeça, enquanto o animal relincha.

- Bem, não é que deu certo? - anima-se Tia Clara, com um grande sorriso estampado na face. - Mas, Tábatha, são só alguns minutinhos querida, mamãe não pode ver isso, está bem?

Segundos depois Betty e Sam aparecem no corredor ao lado à escada, vindas do escritório:

- Bem, Betty, muito obrigada por ter vindo buscar a pasta. Não pude sair e deixar Tábatha sozinha... Tia Clara é muito boazinha, mas James não gosta que ela fique sozinha com nossa filha... Ela já está um pouco velhinha e, bem, você sabe como é... - diz Samantha enquanto vem andando com a secretária até a porta da frente.

Assim que as duas mulheres chegam até a porta, com Betty quase se despedindo:

- Mamãe! Mamãe! - Tábatha chama, toda contente.

- Oh, não, Tábatha... - Tia Clara diz, toda atrapalhada. - Sua mãe não pode ver esse cavalo... Ouh.... - e passa as mãos pelo rosto, tentando se lembrar do contra-feitiço.

Para que as duas não vissem o que havia feito, Tia Clara tenta se posicionar na frente do cavalo. Sam volta os olhos para a tia e para a filha e, sorrindo, pergunta:

- Ei Tábatha, não vai dizer tchauzinho à Betty?

Tábatha sorri e, quando vai falar, o cavalo relincha fazendo Tia Clara pular, assustada.

- Êêê.... Cavalinho! - a menina comemora, toda risonha, enquanto Samantha arregala os olhos, assustada e incrédula, olhando do cavalo para Tia Clara e da tia para o cavalo.

Betty se assuata muito com aquilo, arregalando os olhos e dando alguns passos à frente:

- Mas.... Um cavalo? O que faz um cavalo aqui dentro da sua casa, Sra. Stephens?

Samantha magicamente mexe o nariz, parando o tempo nesse instante. Betty agora está paralisada com aquela expressão de assombro.

- Ora, Tia Clara! Veja em que confusão a senhora me meteu... - Samantha ralha com a tia, aproximando-se do lugar onde ela e a filha estavam.

- Oh... Ouh, gente! Desculpe, querida... só queria... Tábatha queria... - Tia Clara deixa-se cair desanimada na poltrona próxima à lareira - Bem, eu não me lembro muito bem do feitiço, sabe... - completa, desconcertada.

Sam faz uma expressão de desânimo, mas logo acha uma solução:

- Bem, temos que dar um jeito nisso... - diz, movendo as mãos e mandando o cavalo para o quintal. - E para que ele fique quietinho, enquanto me despeço de Betty... - ela novamente mexe o nariz e faz aparecer uma pequena varanda sob a chuva, com uma cochia cheia de feno, que o cavalo logo começa a comer.

- Muito bem, Tia Clara e Tábatha, temos que ser bem discretas agora. - Sam avisa às outras duas e, colocando-se próxima a Betty, desfaz o congelamento do tempo.

- Mas como conseguiu colocá-lo aqui, Sra... - continua a secretária. E, olhando para onde o animal estava, não o vê mais lá.

Ela arregala ainda mais os olhos, coçando o cabelo:

- Onde está o cavalo que vi há poucos segundos? - pergunta, na verdade mais para si mesma.

- Cavalo? - indaga Tia Clara, com ares de surpresa

- Sim, um cavalo preto, bem grande... Mas... - e aponta para o carpete - Juro que ele estava deitado aí!

Samantha, a fim de terminar logo com aquela situação desagradável, diz à ela:

- Ora Betty, o que um cavalo estaria fazendo na minha sala? - e abre um sorriso.

- Be-em... Eu, eu não sei! Sinceramente, eu não sei... Mas eu sei que eu vi um cavalo.... - respondeu a confusa secretária.

- Olhe, querida, você deve estar cansada! Acho melhor pedir a James que lhe arranje uns dias de folga. Oh, não, você não pode trabalhar tanto... Deve estar realmente cansada! - atalha Samantha, com toda a cordialidade.

- Sim, Sra. Stephens, acho que a senhora tem razão... Sabe, já faz um bom tempo que não tiro férias.... Nunca pensei que precisaria delas tão já... - completou, meio atordoada.

- Muito, bem, Betty. Volte tranqüila para o escritório. Falarei com James assim que possível. Tenho certeza de que ele e Larry não irão se importar! - e abrindo a porta para ela passar, despede-se - Adeuzinho!

Betty então, sempre olhando para trás e para Tia Clara com sua expressão de boa velhinha, diz apenas um "Até!" e sai, ainda confusa.

Sam fecha a porta e exclama:

O céus, finalmente! - e se dirige à tia - Tia Clara, a senhora precisa agora sem lembrar do feitiço e fazer aquele animal desaparecer do meu quintal!

E ela, com seu jeito atrapalhado:

- Mas ele fica tão bem lá fora, eu acho que até combina com o quintal... Sabe...

Samantha olha para a tia como quem pede uma ajuda:

- Tia Clara, querida, vamos nos lembrar, sim? - e abre um sorrisinho.

- Oh, Samantha.... Oh, querida! Se eu pudesse me lembrar de alguma palavra... - a tia se lamenta.

- Vamos, Tia Clara! Não deve ser tão difícil assim... O que a senhora disse quando trouxe aquele cavalo até aqui? O que a senhora estava fazendo? - pergunta Samantha.

- Ouh, Ouh... Bem, eu estava aqui, contando uma história para Tábatha, e estávamos falando de ursos e cavalos e...

- Oh! Espere, Tia Clara! - Sam interrompe a velhinha. - Talvez Tábatha possa ajudar com alguma palavra. Ela já o fez de outras vezes, não é? - e olha com esperança para a tia e a filha.

- Oh, sim! Realmente.... Ouh, Samantha! Que idéia maravilhosa... - comemora.

Samantha senta-se perto de Tábatha, coloca a filha sentadinha sobre os joelhos e pergunta, olhando bem para ela:

- Vamos lá, Tábatha: você se lembra de alguma palavra que Tia Clara usou para trazer o cavalinho para você?

A garotinha, muito esperta, sorri e confirma:

- Sim, mamãe!

As duas mulheres exclamam, alegres:

- Oh, que maravilha!

Samantha incentiva:

- Vamos, Tábatha! De que palavras você se lembra?

- Eu acho que falava sobre rabos, crinas e hipopótamos, mamãe - disse a menina.

- Hipopótamos?! - estranha Samantha.

De repente, Tia Clara dá um pulo:

- Hipódromos, Tábatha! É isso, me lembrei! - exclama toda feliz.

O cavalo continuava lá fora sob a pequena varanda, comendo feno, e era possível vê-lo perfeitamente por trás da vidraça. Tia Clara então estende os braços em sua sua direção, e diz:

- Cavalos e éguas, com seus rabos e crinas, nos hipódromos de todo o mundo, faça esse cavalo desaparecer daqui já, exatamente neste segundo!

E com uma nuvem de fumaça o animal finalmente se vai para alegria geral, exceto de Tábatha. Sam, muito satisfeita, diz à menina:

- Sei que você gostava dele querida, mas quando você crescer mais, quem sabe não compramos um pônei, não é mesmo?

Por sorte, Tábatha não ficou triste e logo esqueceu daquilo. Animadas, as três se dirigiram para a cozinha.



                                                  ●๋•
  
No escritório...

Betty chega e entrega a pasta à James, que lhe agradece. Antes de ele começar a trabalhar na campanha dos Cosméticos Katrina, ela lhe pede uns 2 dias de folga, sem lhe dizer mais nada. James lhe concede sem problemas, e pouco antes da secretária sair, ele lhe diz:

- Ah, Betty, tenho uma novidade. A reunião de Larry terminou enquanto você esteve fora, e foi um sucesso! Nossa agência conseguiu uma conta importante: a dos produtos Terryck.

- Produtos Terryck, Sr. Stephens? - ela indaga, já que não conhecia a marca mesmo sendo bem famosa no país.

- Sim Betty, aqueles famosos produtos para CAVALOS.

Betty faz uma expressão muito estranha. Engolindo em seco, diz:

- Acho que não preciso de uma pequena folga, mas sim de umas boas férias!

E pega então sua bolsa, se despede rapidamente e sai, deixando James sem entender nada.

- Mas, o que houve com ela? Foi só eu falar em cavalos, e ela saiu quase trotando! - e balança a cabeça com um pequeno sorriso, dizendo para si mesmo - Betty... Você me apronta cada uma...





                                          ●๋• FIM ●๋•

sábado, 5 de junho de 2010

Fan-Fic 01 - "Doce, Doce, Doze Anos"




Como avisamos no post anterior, hoje publicarei aqui no blog a nossa 1ª fan-fic de "A Feiticeira" escrita entre dezembro e janeiro últimos. Antes de começar a ler abaixo, confira por favor nossa postagem de aviso, clicando aqui.



Embarquem agora em uma viagem até a Morning Glory Circle no distante ano de 1966. Boa diversão!


Título do episódio: “Doce, Doce, Doze Anos”.

A história se passa: no final da 2ª temporada, em meados de 1966.

Escrito por: Leonardo Silva e Thiago Moraes.

Roteiro final: Leonardo Silva.

Escrito de: 23 de dezembro de 2009 a 3 de janeiro de 2010.



                                                ●๋•



Manhã na casa dos Stephens. Samantha está na cozinha, às voltas com panelas, xícaras e com as mamadeiras de Tábatha. Uma chaleira está no fogão.

_ Ooooouh, - lamenta Samantha. – Tábatha tinha que amanhecer resfriada justo hoje, quando pretendia levá-la para ver James na cidade?

Sam pega uma das mamadeiras, enche de leite e, quando vai pô-la para esquentar, ouve uma voz familiar, dizendo em tom de deboche:

_ O que está fazendo ENFURNADA nessa cozinha? Se não tomar cuidado, vou acabar confundindo você com o bule de café! - Tio Arthur morre de rir, e completa: _ Ou então com a vassoura, quem sabe? - e continua rindo.

_ Oooouh, Tio Arthur! Hoje não estou com tempo para suas piadas! - responde Sam, com expressão zangada.

Tio Arthur então enfim aparece, com expressão desgostosa, torcendo a boca.

_ Ora, Sammy... Pare de ser tão estraga-prazeres! Você está parecendo uma criança de doze anos! - retruca Tio Arthur, olhando para as mãos.

De súbito levanta o olhar, com expressão marota e diz:

_ Talvez você precise se divertir um pouquinho mais para deixar de reclamar tanto!
Tio Arthur então levanta os braços e recita:

''Cantes... reviços.. maranos..., que essa atarefada feiticeira imediatamente volte aos seus 12 anos!''

Após uma nuvem de fumaça, Sam olha para suas pequenas pernas e seus pequenos braços, e, perplexa, exclama:

_ Tio Arthur!!!

E o tio ri daquele jeito dele, enquanto Sam, desesperada, pergunta:

_ Tio Arthur, que brincadeira é essa?! Ohhhuuun!

_ Talvez com 12 anos você fique menos ranzinza e mais divertida, Sammy – responde o tio, com uma expressão crítica.

Sam, desesperada, começa a apalpar seu novo corpo de criança, sua cabecinha, seus bracinhos, totalmente perplexa.

_ Francamente, Tio Arthur! Eu estou cheia de problemas e olha como você me ajuda, levando-me de volta aos meus 12 anos?! Acabe já com isso! Preciso esquentar a mamadeira de Tábatha! Ande logo com isso!

_ Acho que não, Sammy... – Tio Arthur responde, soltando uma grande gargalhada e sumindo num piscar de olhos, antes de Samantha poder fazer qualquer coisa.

_ Tio Arthur, volte já aqui! – grita Sam – Tio Arthur!?... Tio Arthur!?... Oooooooouhhnnn...

A câmera foca o rostinho desolado da pequena Samantha. Corta para a abertura da série.



                                                 ●๋•



Sam, desesperada, se olha no espelho e constata: Tábatha está lá em cima, no quarto, James no trabalho e ela, sozinha em casa atarefada e, como criança, ela não pode fazer nada!

A campainha toca.

_ Estou na cozinha – diz Samantha automaticamente, meio sem pensar em sua situação.

Como a porta da frente está aberta, Gladys já entra dizendo:

_ Alô, Sra. Stephens, não queria incomodá-la, mas, gostaria de pedir uma xícara de açúcar emprestada...

Sam, automaticamente, vem para a sala pelo corredorzinho e fala, em seu tom de voz gentil:

_ Alô, Sra. Kravitz, não é incômodo nenhum!

Gladys leva um grande susto, grita e sai correndo:

_ Abneeeeeer! Abneeeeer!

E a câmera se foca na Samantha batendo a mão na testa e dizendo:

_ Oh... Mais essa agora!



                                                 ●๋•



Sala de estar dos Kravitz. Abner está deitado no sofá, tentando ler o jornal, quando chega Gladys gritando:

_ Abner, há uma menina na casa dos Stephens com a voz idêntica à de Samantha!

Abner responde chateado:

_ Gladys, o que foi agora?

_ Eu estou falando, há uma criança na casa dos Stephens! – responde Gladys. – É estranha... Mas ao mesmo tempo é estranhamente familiar! – Gladys fala, mais para si mesma que para o marido.

Abner se levanta, tira o cachimbo da boca e responde de forma monótona:

_ Ora Gladys, é normal que tenha uma criança lá. Também é normal que seja familiar já que é filha deles! – e volta a se deitar.

Gladys retruca:

_ Não, Abner! Não é o bebê... É uma menina de uns doze anos que tem a voz de Samantha Stephens! Abner escute-me, há algo errado por lá!

_ A única coisa de errada que há é você, Gladys!

Gladys responde com um muxoxo.



                                               ●๋•



Corte para a casa dos Stephens.

Samantha está desesperada, andando de um lado para o outro na sala de estar. De vez em quando ela grita, implorando: “Tio Arthur! Tio Arthur! Apareça, vamos! Deixe de suas brincadeiras...”, mas nada funciona: o tio não aparece. Então ela grita:

_ Mamãããããããããe!!! Mamããããããããããe!!!

Endora chega pela cozinha, onde imaginava que a filha estaria, com sua habitual efusividade:

_ Alô, Samantha!

_ Oh, mamãe, graças a Deus você apareceu! - lamenta a Sam.

_ É... Samantha? Onde você está?

_ Aqui na sala, mamãe!

Endora desaparece da cozinha e aparece na sala, e vê atônita uma garotinha loira de doze anos, de vestido verde, sapatinhos pretos e meias brancas, com duas fitinhas rosas no cabelo, e uma expressão desolada no rosto.

_ Oh, Samantha! – exclama Endora espantada. – Quer me dizer o que aconteceu a você?

_ Oh, mamãe, foi o Tio Arthur! Veja o que ele fez comigo! – lamenta Sam, toda chorosa. – E agora, me diga o que eu vou fazer! Ora, essa... Ora essa! – e se vira para frente, pensativa.

Endora chega por trás e diz, rindo:

_ Sabe que é até muito bonitinho vê-la assim, depois de tanto tempo? – e dá uma longa risada – Ah, Samantha... Quantas saudades de minha filhinha, quando ainda era só uma garotinha... – e chegando na frente da pequena Samantha se abaixa e diz:

_ Lembra-se de quando moramos no Tibet, Samantha? Você deveria aparentar justamente essa idade! – completa Endora, com um ar saudoso de aprovação.

_ Ohhhhuuuu! Mamãe! Isso é hora para recordar coisas passadas? – diz Sam, aborrecida – Eu estou presa nessa idade, sem poder fazer nada! Tábatha está resfriada, James está no trabalho e eu aqui sem altura nem para alcançar a prateleira da geladeira! Dessa vez, Tio Arthur exagerou na brincadeira... Ooouuuuh, quando eu estiver de volta ao meu estado normal, ele vai ver só uma coisa!

_ Acalme-se, Samantha! Não há motivo para pânico... Se bem que... Eu gostaria muito de ver a cara de Jônatas quando a visse nesse estado... – diz Endora, com expressão marota.

_ Oh, mamãe! – responde Sam, com desaprovação.

_ Mas não se preocupe, Samantha, vou procurar seu Tio Arthur e estarei de volta num instante! – diz a mãe, erguendo os braços ritmadamente e desaparecendo em uma nuvem de fumaça verde.

_ Mas mamãe... – lamenta Sam. – Como é que eu vou esquentar a mamadeira de Tábatha?

A campainha toca novamente.

_ Realmente, eu não acredito... Mais essa agora! Será que todos deixaram pra me visitar justo hoje?

A pequena Samantha abre a porta e Gladys vai entrando e dizendo:

_ Escute aqui, garotinha, ou seja lá quem você for. Eu sempre soube que havia algo de muito estranho nessa casa, e agora quero saber o que é!

_ Ma-ma-mas, Sra. Kravitz, não há nada de errado aqui! – a garota, ainda com a voz de Samantha adulta tenta despistar.

_ E como você me explica uma menina de uns 12 anos como você ter a voz de Samantha Stephens, hã? – retruca Gladys Kravitz com cara de "te peguei!".

Sam pensa rápido, e responde com uma vozinha fina:

_ É que sou boa em imitações... hihihi... Prazer, Sra. Kravitz, sou Linda, sobrinha da Sra. e do Sr. Stephens... – e estende a mão para Gladys.

Ela se assusta um pouco e pergunta, recuando:

_ Mas, mas como você sabe meu nome, se nunca nos vimos antes?

_ Bem, Sra. Kravitz, minha tia me contou sobre a senhora... Sabe, ela acha que a senhora é uma vizinha muito boa e prestativa. – responde Sam, com uma carinha angelical, acima de qualquer suspeita.

Gladys abre a guarda, dá aquele sorrisinho de alívio e diz:

_ Puxa... Já estava achando que algo estava errado por aqui... – e aperta a mão da garota.

_ Mas, onde está sua tia, Linda?

_ "Oouuh, essa não!" – pensa Samantha, suando frio... – "Tenho que inventar algo, e rápido!"

_ Oh, ela foi ao mercado e depois iria ao médico. – responde Sam, por fim.

_ Sua tia está doente? – Gladys pergunta.

_ Oh, não, a prima Tábatha é que está. Tia Samantha teve que sair às pressas, já que Tio James não está em casa, e pediu-me para ficar com Tábatha enquanto ela está fora... Mas, eu não posso fazer muita coisa, sabe?

(Ouve-se o choro de Tábatha vindo lá de cima).

_ Acho que ela está com fome. Sabe, eu queria preparar a mamadeira, mas Tia Samantha disse para eu não mexer com fogo... – Sam faz uma carinha de criança preocupada.

Gladys faz uma expressão de pena, enquanto a garotinha à sua frente parece ter uma idéia:

_ A senhora poderia me ajudar? – Sam propõe, por fim.

_ Oh, oh sim... – responde Gladys, pega de surpresa. – Claro que posso! – ela completa, entre uma de suas risadinhas.

_ Oooh, isso é fabuloso! – responde Sam, com exagerada alegria. – Vou lá para cima ficar com o bebê.

Samantha sobe as escadas, um pouco aliviada por ter despistado Gladys que vai para a cozinha, cuidar da mamadeira, murmurando consigo mesma:

_ Nunca tinha visto essa sobrinha de Samantha... De quem será que ela é filha? A Sra. Stephens nunca me disse que tinha um irmão ou irmã... E nem o Sr. Stephens. Realmente, há algo estranho por aqui.

Gladys seca o bico da mamadeira com um paninho e ao encaixá-lo no copinho, faz uma expressão confusa e diz:

_ Que tipo de mãe deixa um bebê doente sozinha com uma criança de doze anos que não conhece nada da casa?



                                                   ●๋•



Pouco depois...

Com a mamadeira pronta, Gladys se dirige para o quarto de Tábatha, ainda confusa. Quando está prestes a subir as escadas, Endora magicamente aparece por detrás dela, exclamando:

_ Alô, Sra. Kravitz!

Gladys leva um tremendo susto e quase deixa cair a mamadeira.

_ Ma... Mas, eu não vi a senhora entrar!?!? – responde ela, se virando para Endora.
_ Ha... ha... ha... – Endora ri, com ar de superioridade. – A senhora estava muito distraída... – diz, circulando Gladys – Devia prestar mais atenção... Já imaginou se ao invés da mãe de Samantha, fosse um ladrão invadindo a casa?

Gladys se assusta e responde, recuando:

_ Acho que nem se fosse um ladrão eu me assustaria tanto, mas... – diz, engolindo em seco.

Endora a encara seriamente e abaixa o braço, visivelmente enraivecida e pergunta:

_ Onde está Samantha? – e completa, maliciosamente – Já que a senhora sabe tudo por aqui...

_ Samantha saiu e ainda não voltou. Linda, sua neta, está lá em cima com o bebê.

_ Linda?... – Endora volta o rosto para Gladys com ar de dúvida e, depois de um segundo, sorri e completa: – Minha neta, mmmm.... Sim, sim!

Gladys, achando a mãe de Samantha extremamente estranha, resolve sair dali o mais rápido possível:

_ Bem... Eu ia levar a mamadeira para Tábatha, quando a senhora apareceu... Acho melhor fazer isso agora. – fala Gladys, suando frio.

(Ouve-se o choro insistente de Tábatha vindo do andar de cima).

_ Oh, Sra. Kravitz... Tábatha está chorando! – Sam aparece correndo no alto da escada – Por favor, venha logo... – ela suplica.

_ Com licencinha. – diz Gladys para Endora e sobe rapidamente.

No alto da escada:

_ Sra. Kravitz, a senhora poderia fazer o favor de dar mamadeira à Tábatha para mim? Preciso ir à cozinha... – despista Sam, com arzinho inocente.

E, mesmo sem esperar a resposta, desce rápido a escada. Gladys, confusa como sempre, vai até o quarto alimentar a menina.

Na sala, a pequena Samantha vê a mãe e diz, animada:

_ Mamãe, que bom que voltou! Onde está Tio Arthur? – e, após olhar para os lados e não ver ninguém, ela pergunta ansiosa: – Ele não veio com você?

_ Bem, Samantha... – Endora começa, sem muita convicção – Eu bem que tentei por um pouco de razão na cabeça de seu Tio Arthur, mas... Você sabe como ele é.
_ Ah, mamãe... – Sam se senta em uma das poltronas, apóia o rostinho nas mãos e, balançando as perninhas, suspira:

_ O que é que eu vou fazer agora?

Endora, que até o momento se mostrava séria, de repente esboça um sorriso, dando dois passos à direita e deixando à mostra uma criança de cara emburrada, estranhamente familiar.

_ Tio Arthur!!! – exclama a pequena Sam, num misto de alegria e espanto.

_ Olá, Sammy – disse o tio, que, apesar de agora ser fisicamente uma criança, continuava com a mesma voz, assim como Sam.

_ Que acha disso Samantha? – pergunta Endora, com um ar de graça – Ah... ha, ha, ha, ha...! Maravilhoso, não acha? – completa.

_ Realmente, mamãe, realmente! – responde Sam – Não deixa de ser um bocado engraçado ver o brincalhão e criador de peças Tio Arthur sendo vítima de suas próprias feitiçarias! – completa, com uma expressão marota.

_ Ora, vocês duas! – responde o pequeno Tio Arthur demonstrando estar pouquíssimo à vontade – Isso não tem graças nenhuma! Vocês deveriam aprender a ter espírito esportivo.

Consultando o relógio, Sam diz apreensiva:

_ Mamãe e Tio Arthur, vamos acabar logo com isso, James está para chegar!

_ Não sabia que neste país se permitem casamentos antes dos 18 anos – ainda brinca Endora, olhando para a filha dos pés à cabeça.

Sam então se levanta e fica frente à frente com Tio Arthur:

_ Bom, vamos lá Tio Arthur, acabe logo com isso.

Tio Arthur, a contragosto, murmura o encanto:

_ Binglou, zagou, spink... Que essa feiticeira agora pequenina, volte a ser a adulta que por minhas peças sempre me recrimina!

Uma nuvem de fumaça se forma em redor de Sam e, num instante, ela aparece em sua forma normal.

_ Oh, mamãe! Eu voltei ao normal! Está tudo certinho!... – Samantha comemora, se olhando.

_ Sim, querida, mas confesso que foi divertido rever minha garotinha de séculos atrás! – responde a mãe, lembrando-se da época em que moravam no Tibet.

Tio Arthur, com cara de poucos amigos, se dirige à irmã:
_ E agora Endora, será que posso também voltar ao normal?

_ Está vendo Arthur? – caçoa Endora – Está vendo como suas ''brincadeirinhas'' são bem divertidas? – e solta uma risadinha sob o olhar descrente do irmão.

_ Endora, vamos com isso, já não me aguento mais tão ''sem graça'' nesse corpo...

_ Está bem – e ela diz então as palavras mágicas – Blindur, vlagum, zlém: Criança enfadonha, que o mal da Quimera saia de ti, para que volte ao que era! – com as mãos levantadas em direção ao pequeno Tio Arthur, Endora termina o encanto.

Uma nuvem de fumaça roxa o encobre por alguns segundos e logo passa, dando visão ao bruxo em sua forma normal, que continua com expressão desgostosa:

_ Devo dizer obrigado, minha irmã? – diz ele, com cara de nojo, ao que Endora responde com um sorriso e piscar de olhos – Bem, não tenho mais nada a fazer aqui, vou passar uns dias bem longe, em Barcelona – e Tio Arthur desaparece.

_ Enfim, tudo resolvido! – diz Sam com expressão de grande alívio. – Mamãe, não quer subir comigo pra ver sua neta um pouco?

_ Não, já estive lá há poucos minutos. – responde ela – Como você disse que está quase na hora de Jameson chegar, acho melhor ir embora para evitar náuseas – completa, como sempre, implicando com o genro.

Sam faz uma cara de reprovação, mas logo abre um sorriso e se despede da mãe:

_ Até mais mamãe, e obrigada!

_ Até mais, querida – e ela desaparece instantaneamente.

Nessa hora, Gladys desce a escada e encontra Samantha.

Surpresa, ela diz sorrindo:

_ Bem, olá Sra. Stephens, vejo que já voltou!

_ Oh, alô, Sra. Kravitz... Pois é, estou de volta. Espero que não tenha tido muito trabalho por aqui – responde Samantha, também sorrindo.

_ Oh, não, de modo algum, não foi trabalho nenhum. Vim procurá-la mais cedo e, como vi que não estava em casa, sua sobrinha Linda pediu-me para ajudá-la com a mamadeira de Tábatha, que agora já está trocada e descansando... – responde Gladys.

_ Sem dúvida, Sra. Kravitz, foi muita gentileza sua ajudar minha sobrinha enquanto eu não estava. Ela me contou tudo, antes de ir com mamãe. Sabe como é... Não teria deixado Tábatha sozinha se não tivesse urgência em ir à cidade! – Samantha conclui.

_ Bem, está certo. Acho que já vou indo, Sra. Stephens. Meu marido Abner deve estar esperando por mim. - Gladys dá mais um risinho e entrega a mamadeira vazia para Samantha.

_ Até logo! – Gladys se despede, saindo pela porta.

_ Até logo, Sra. Kravitz! – responde Sam, fechando a porta.

Assim que Samantha começa a subir as escadas, a porta novamente se abre. É James que chega do trabalho.

_ Oh, querido! – diz ela, indo ao seu encontro, dando-lhe um pequeno beijo.

_ Olá, Sam. Tive um dia difícil hoje, que cansaço!... – ele responde.

Nesse momento, frente a frente com sua esposa, ele a abraça e depois olha bem para seus olhos, dizendo:

_ E você, linda como sempre. Minha eterna garotinha!

Samantha então sorri para ele, e os dois se beijam, encerrando este episódio.



                                           ●๋• FIM ●๋•


Pessoal, por favor, não deixem de comentar o que acharam desta história. Críticas são sempre bem vindas!

Até a próxima!

Aviso: Fan-Fics de "A Feiticeira"

Alô, pessoal!

Vocês curtem fan-fics? Aquelas histórias escritas por fãs de um determinado programa de televisão.




Eu e um amigo chamado Leonardo Silva escrevemos, entre dezembro passado e fevereiro deste ano, 3 fan-fics de "A Feiticeira". Se você faz parte de nossa comunidade no Orkut, deve ter visto por lá. Caso não faça parte, terá a oportunidade de conhecê-las agora pois vamos publicá-las aqui no blog! Uma espécie de quem não viu, vai ver - e quem viu, vai poder ver de novo.

Antes de trazer a vocês a nossa 1ª história, estou deixando essa postagem de aviso, pra que todos entendam sobre nossas fan-fics. Há um ponto de extrema importância: fomos 100% fiéis à série original, ao clima da década de 1960 e às mensagens que a série transmite. Deste modo, não há novos personagens, atualizações de tempo ou espaço, ou alterações de perfis, lugares, costumes, época, nem nenhuma outra coisa. Quando postamos nossas histórias na comunidade, disseram-nos que "enquanto lia, parece que eu estava assistindo a um episódio na televisão", o que muito nos alegra, pois assim cumprimos o nosso objetivo: criar novas histórias para nossa velha e querida série respeitando todo aquele universo de "A Feiticeira".

Portanto, você, fã de Bewitched, embarque agora nesse clima sessentista e se divirta com a nossa 1ª história que publicarei a seguir, na próxima postagem.

Obrigado a todos! Esperamos que se divirtam!

Thiago Moraes e Leonardo Silva.